Especialista em comportamento infantil indica o ideal para cada idade
Não brigue com seu filho caso ele queria, um dia, sair fantasiado como seu super-herói favorito. Entre os dois e os cinco anos, o gosto da criança pelas brincadeiras de faz de conta é normal, saudável e claro, superdivertido. E cada fase de brincadeiras e atividades é importante para o desenvolvimento, como conta a coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC-SP Maria Ângela Barbato Carneiro. “Observe que às vezes, a criança brinca mais com a caixa da boneca do que com própria, porque na embalagem tem algum acessório, algo curioso que o brinquedo mesmo não traz”, explica.
Entre carrinhos, bicicletas, vídeo games a escolha é difícil. No entanto, antes de decidir qual será o próximo presente é importante observar no rótulo para que faixa etária ele se destina e se há um selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). “Se os pais trabalharem adequadamente, podem evitar o excesso de consumo desses artigos, porque a criança só brinca com um brinquedo por vez. Até juntar alguns desses objetos e usar com um contexto, mas sempre irá se entreter com um de cada vez”, diz professora.
Saiba escolher
Para cada fase há brinquedos ideais a serem oferecidos para a criança. Eles variam de acordo com a etapa de desenvolvimento. A pedido da reportagem, a especialista indica e comenta, por faixa etária, sugestões de brinquedos ideais para os seus filhos.
De 0 a 1 ano
Na primeira etapa da vida, o bebê precisa desenvolver as habilidades motoras. “O que a gente sugere são os brinquedos de berço ou brincadeiras que proporcionam movimento. Por exemplo: chocalhos, bonecos de pendurar, brinquedos de tecido lavável”. Tapetes, jogos de encaixe e móbiles, que o bebê pode tocar e ouvir, são igualmente interessantes.
De 1 a 2 anos
É nesse momento em que a criança começa a ficar em pé, portanto, brinquedos como carrinhos com caçamba, por exemplo, em possam colocar e tirar objetos, são indicados. “Alguns funcionam até como apoiadores, com vários sons, cores, letras e também são interessantes. Evite aqueles mais estridentes. Ofereça um disco de música infantil ou de clássicos”.
De 2 a 5 anos
A partir dos dois anos, a criança já começa a usar outros materiais. “A cabana é uma forma de diversão. Use almofadas, lençóis, cobertores. Você pode fazer uma com três cabos de vassoura, unidos por uma argola na parte superior e colocar um tecido por cima”, ensina a especialista.
Aos 3, 4 anos, seu filho já pode cair no gosto pelas fantasias de super-heróis. “Tem criança que às vezes não sai de casa se não puser a roupa do seu personagem favorito. A partir dos 5 anos, a criança consegue brincar com coisas mais sofisticadas como jogos de regra e tabuleiro”, diz a professora. “Materiais que podem ajudar o movimento da criança, como bolas maiores, petecas, pingue- pongue, taco. As bicicletas, boliche, alguns eletrônicos em geral como notebooks e pequenos celulares também são bem-vindos para o desenvolvimento infantil”, acrescenta.
A partir dos 5 anos
Nesta fase, diz Maria Ângela Barbato Carneiro, os pais podem oferecer experimentos com jogos de laboratório e quebra-cabeça, que vão sendo colocados em função dos desafios que as crianças precisam.
A professora fala também sobre a importância de alternar brinquedos industrializados com brincadeiras lúdicas. “O brinquedo eletrônico prende muito a atenção da criança, ajuda na concentração, sim, mas nem sempre colabora na socialização. Outra questão é a postura do corpo. O menino ou a menina ficam imobilizados e isso cria crianças engessadas, que mais tarde acabarão tendo dificuldade para correr, para pular”.
E quando a criança compartilha, frisa a especialista, é obrigada a observar a regra do jogo, a esperar a vez, a discutir com o colega e a justificar suas atitudes. Isso tudo desenvolve a linguagem, o raciocínio, a sociabilidade, a criatividade.
Brinquedos que imitam armas de fogo
“Não indicamos, mas a criança acaba de certa maneira transformando algum objeto em uma. Isso porque ela imita o entorno que vive. O grupo social em que está inserida, as mensagens que vê na mídia, sobretudo na TV e no próprio vídeogame”, afirma a educadora. Maria Ângela diz, ainda, que o gosto é natural, portanto os pais não devem se assustar. “O que o adulto deve observar é com que objetivo essa criança usa a brincadeira, porque às vezes, usa o entretenimento apenas para resolver um problema do medo de ser assaltada, de ser violentada fisicamente, por exemplo”.
Fonte: http://daquidali.com.br/conversa-de-mae/diversao-e-coisa-seria-saiba-qual-e-o-brinquedo-certo-para-o-seu-filho/
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