Brigas e términos geram sofrimento e, nesses momentos, até as mães ficam tristes.
Dor de amor não tem idade. Cada vez mais cedo os adolescentes têm deixado os pais de cabelo em pé com seus relacionamentos e dilemas amorosos. Brigas e términos podem gerar sofrimento e nesses momentos até as mães costumam entrar no clima de tristeza dos filhos. É preciso, porém, ter cautela para não deixar a meninada ainda mais desesperada.
Para a estudante Silvana Tacon de 16 anos a presença da mãe Ana Claudia Tacon nas horas difíceis é fundamental. "Ela sempre percebe quando eu não estou bem. É muito importante ter o apoio dela porque, por mais que eu tenha amigas, elas não estão sempre presentes na minha vida", conta Silvana.
Ana Claudia conta que no início ficou com medo de o namoro atrapalhar os estudos da filha que está se preparando para o vestibular, mas depois de muita conversa com Silvana e até com a mãe do namorado dela, ficou mais tranquila. "Ela divide o tempo dela entre o namorado e os estudos".
Sobre o sofrimento por amor, Ana Claudia diz que a filha ainda não passou por isso, mas quando ele chegar, ela já está preparada. "Adolescente se apaixona muito rápido, fica chorona, sensível. O que eu posso fazer se ela tiver um problema é me mostrar forte, conversar e dar conselhos".
Segundo a psicóloga e psicoterapeuta Débora Monteiro Coelho, é essa a postura que as mães devem ter ao lidar com os dilemas amorosos das adolescentes. Afinal, se ela tomar as dores da filha e sofrer junto, pode não ajudá-la a superar o momento de dificuldade.
"A adolescente tem a necessidade de ser aceita e entendida. Nesse momento, é muito importante que ela tenha o apoio da família", explica a psicóloga.
No entanto, ela observa que, para haver essa abertura à conversa, a intimidade entre mãe e filha deve ser plantada desde a infância, para que, na adolescência, a menina sinta-se à vontade para se abrir com a mãe.
É essa cumplicidade que a estudante Bruna Freitas, de 17 anos, valoriza em sua mãe. "Eu namoro há seis meses e sempre tive uma conversa muito aberta com ela. Nas vezes em que eu chego em casa triste, chorando, ela fica com o coração partido, mas sempre está do meu lado", conta Bruna.
Diálogo em família faz a diferença: Nos momentos de tristeza dos filhos, às vezes o diálogo em família pode fazer a diferença. Por isso, é importante que, mesmo sem ter muita intimidade, a mãe observe o adolescente e, se perceber que ele anda muito triste, se ofereça para conversar.
Como ajudar
Abertura - Conversa: Mostre ao seu filho que você está aberta para ouvi-lo e apoiá-lo nos momentos difíceis. Se vocês não têm muita intimidade, tente quebrar o gelo com uma boa conversa.
Demonstre força - Segurança: Por mais que nenhuma mãe goste de ver o filho sofrer, chorar e sentir a dor junto com ele pode não ajudar muito. O melhor é mostrar-se forte e estabelecer um diálogo. Muitas vezes, a única coisa de que o adolescente precisa é de atenção.
Compartilhe - Experiências: Toda mãe já passou pela idade dos filhos e, muitas vezes, pelos mesmos dilemas de relacionamento. Por isso, é importante compartilhar suas experiências e, com sutileza, tentar fazê-lo entender que a dor de amor vai passar, que tudo vai voltar ao normal e a vida vai continuar numa boa.
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/09/a_gazeta/indice/vida/972780-a-dor-de-amor-e-do-seu-filho-mas-voce-sofre-junto.html