segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Optar por ter apenas um filho pode impactar na formação da criança?


Terapeuta fala sobre essa prática cada vez mais comum das

 famílias


É bem possível que você conheça alguém que é filho único, ou você mesma seja. Já parou para observar como essas pessoas se comportam? Você as acha egoístas? Mimadas? Mais felizes por terem total atenção dos pais? De um tempo para cá, milhares de casais têm decidido ter apenas um filho, por inúmeras questões, que vão do financeiro ao psicológico. Porém, esse comportamento em massa tem reflexos dentro de casa e na sociedade. A terapeuta comportamental Ramy Arany fala sobre filhos únicos e suas particularidades. Confira!
Hoje em dia, as dificuldades para criar os filhos são imensas, mas felizmente, o amor e a vontade de estruturar uma família são maiores e pesam mais na hora de decidir por mais uma vida no mundo. “Há outros fatores, além do financeiro, que fazem com que o casal queira apenas um bebê, como insegurança devido ao tipo de vida da atualidade (trabalho, carreira, violência, responsabilidade, liberdade, sentimento de incapacidade de criar mais de um filho, falta de tempo, moradia dentre outros)”, explica Ramy.
O filho único tem um tempo maior passado entre adultos, por falta de irmãos. Os pais também têm a tendência de o mimarem em excesso , com isto, a criança desenvolve a ideia de que tudo que ela quer ela sempre obterá. Não ter irmãos pode ser tido como “prejuízo” já que ela perde a oportunidade de experimentar esse tipo de amor.
Segundo Ramy, há uma perda emocional, afetiva e social em relação a isto, pois com irmãos, mesmo que seja apenas um, há um desenvolvimento emocional diferente, um sentido maior de família e uma maior facilidade em aprender a compartilhar, a dividir, saber que não é somente para si, pois existe outro que também tem o mesmo direito. “Penso que esta experiência é muito rica, pois a primeira lição que a criança aprende é dividir os pais”, diz a especialista, sem esquecer de que “existe uma segurança se caso houver algum problema ou dificuldade, pois sempre terá o irmão ou irmãos para poder contar”.
Fique de olho


Mãe e pai devem estar sempre atentos em relação à evolução de seu filho como um todo. Educação, cultura, modo de convivência com eles, com a escola e principalmente o tipo de personalidade da própria criança são fatores que irão influenciar diretamente essa formação, e é importante lembrar que são perfeitamente mutáveis. Se essas influências não tiverem o mínimo de equilíbrio, o filho único pode vir a demonstrar a tendência de ser mais isolado, mais egocêntrico, ter maior dificuldade de sociabilização, de troca afetiva e de demonstração de afeto entre crianças, maturidade precoce (por conviver mais com adultos), sentimento de solidão, e dificuldades de aceitação de “não”.

“É importante que sejam presentes na vida do filho e que promovam a sociabilização tão necessária, abrir espaços para que ele conviva com outros, não mimá-lo em excesso, observar como ele se comporta aonde quer que esteja e que sua saúde integral seja promovida com um estilo de vida que lhe propicie a que não se veja como especial ou diferente dos que tem irmãos. Os pais devem proteger sua criança contra o excesso de obter tudo que quer e tentar não compensar suas inseguranças dando tudo o que ela pede”, diz a terapeuta. 

Fonte: http://daquidali.com.br/conversa-de-mae/optar-por-ter-apenas-um-filho-pode-impactar-na-formacao-da-crianca/

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