quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Entendendo como os “Rituais de transição” auxiliam na prevenção de birras e manhas.

Você sabe o que são rituais de transição? Para entendermos o que são e como funcionam, vou dar um exemplo clássico da criança no cadeirão de alimentação, fazendo manha para comer. Você a tira dos brinquedos, onde ela está se divertindo e sem aviso prévio nenhum a coloca no cadeirão para o momento da refeição. Simples? Não para ela. Ela começa a gritar, chorar, arqueia as costas, chuta e se nega a comer.

Nessa hora, a primeira coisa que passa pela cabeça da mãe é que a criança está fazendo birra, é mau educada, rebelde ou está entrando no terrible two! O que devemos considerar é que muitas vezes isso tudo acontece por falha dos pais, que deixam de fazer o ritual de transição, ou seja, preparar a criança para uma nova atividade, dando a ela a chance de se organizar internamente para a mudança.




Frases como: ”Querido, você já está com fome? Sua comidinha está quase pronta!” “Mamãe vai te ajudar a guardar os brinquedos e nós vamos lavar as mãos para comer” “Humm, hoje tem brócolis, que você ama. Guarde o seu carrinho e vamos comer”, ajudam muito nessa transição de uma atividade para outra sem que gere irritabilidade ou frustração por ter que deixar algo prazeroso sem antes ser avisado. Isso explica porque muitas crianças se mostram “birrentas” e impacientes, se negando a obedecer.

A relutância também pode se dever ao fato da criança não estar com fome. Se ela tenta escapar virando o rosto para o lado no momento de comer ou chora rejeitando a comida, a dica é retirá-la imediatamente do cadeirão dizendo: “Estou vendo que você ainda não está pronta para comer”. E após 15 minutos, tente oferecer novamente o alimento. Isso demonstra respeito e compreensão à criança.


Algumas crianças desenvolvem até certa fobia do cadeirão, porque o associa com sentimentos muito negativos. Se este for o caso, é necessário que você dê alguns passos para trás. Comece transformando os horários de refeições em algo prazeroso novamente. Coloque seu filho no seu colo e o alimente ali por alguns dias.

Depois, passe a colocá-lo ao seu lado, usando uma cadeira infantil ou um suporte que se encaixe à mesa dos adultos. Enquanto ela come, é importante que você vá conversando com ela sobre a comidinha, como formas de incentivo. Por exemplo: “Vamos achar as batatas”? “E as arvorezinhas, onde estão?” A pós algumas semanas seguindo este mesmo ritmo de incentivo, tente colocá-la novamente no cadeirão e caso ela não aceite, talvez seja tempo de se despedir desse recurso ( que por sinal tem uma vida útil curta) e continuar com a cadeirinha, até que a criança possa usar a mesma cadeira que o restante da família.

Não existe nada mais desesperador e preocupante para uma mãe do que uma criança que come pouco, na hora errada ou com má qualidade e a falta desse recurso do ritual de transição tem ligação direta com a falta de motivação para comer.

Crianças normalmente não gostam de deixar uma atividade prazerosa para comer. Comer dá um certo trabalho, tem regras e brincar é sem sombra de dúvida o que eles mais amam fazer. Nós, pais, temos que respeitar nossos filhos e ao mesmo tempo sermos inteligentes, poupando choro, estresse e confusão.

Experimente conversar com seu filho avisando sobre as mudanças de atividades e acrescentando sempre algo interessante ao que ele deverá fazer. Você vai notar a diferença que isso faz na rotina da familia!!

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